O comentário causou tanta estranheza que não entendi o que aquele aluno queria dizer.
“Este turco”, professor, “é danado, não é? Quanto trabalho ele tem publicado!”
Ainda sem entender, somente pude responder, “Mas que turco?”
E aí veio a resposta esclarecedora: “O Apud. Estou vendo ele ser citado aqui e na semana passada vi citarem ele em outro livro, aliás em quase todo trabalho tá ele lá, o Apud!”.
Dizer o quê numa situação destas? Respirar fundo e recorrer à definição dos livros de metodologia científica e da própria norma ABNT. Longe de ser um cientista otomano, o termo apud vem do latim e significa “com”, “junto a”, “em”.elaborar
E na metodologia dos trabalhos acadêmicos e da ABNT significa “citado por”, “conforme segundo”, sendo utilizado na chamada de uma referência bibliográfica para indicar uma citação da citação.
Mas o que é isso agora, já não bastam as citações, agora tem essa novidade?
Recorrendo à mesmíssima NBR 10520, a norma da ABNT que especifica como citações, uma citação da citação é uma “citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original”.
Ou seja, você vê uma citação interessante num livro ou artigo e decide utilizá-la em seu próprio trabalho. E para ser honesto intelectualmente irá dizer algo do tipo: esta citação aqui eu não vi com meus próprios olhos, mas encontrei citada neste outro trabalho aqui. Em outras palavras, você está citando uma citação.
E como tudo na metodologia científica, o que pode ser simples, está cheio de detalhes e de outros significados. Por isso, apresento quatro fatos que você não pode deixar de saber antes de fazer uma citação da citação.
1. Como colocar os autores na lista de referências?
Esta é uma dúvida bastante comum mas para a qual regra não é muito clara. A bem da verdade, a norma 10520 utiliza em seus exemplos de uso do apud os nomes dos autores e as respectivas datas. Porém, não afirma claramente que é necessário, nem o porquê deste procedimento.
Com isso, mesmo em trabalhos de pós-graduação como dissertações e teses é possível se deparar com a prática de omissão da obra original nas referências bibliográfica. A prática comum é utilizar somente a obra consultada, não incluindo a obra citada nas referências.
É um mal entendido que se propaga: pesquisando informações para elaborar este post, cheguei encontrei um manual da Embrapa que determina: “Na lista de referência deve-se colocar somente a obra consultada”.
Porém, mais além do exemplo da norma, do ponto de vista da lógica mais essencial das referências bibliográficas esta prática não faz sentido, é incorreta. Por quê? Simplesmente por que a função da referência é indicar ao leitor suas fontes e com isto possibilitar o que se chama na na ciência de “avaliação intersubjetiva”.
Ou de forma mais simples, permite ao leitor (em muitos casos quem está avaliando seu trabalho) identificar a fonte utilizada como base para você fazer suas afirmações e, se for o caso, buscá-la para averiguar se o que você diz “bate”.
Por este motivo, ao colocar somente a obra consultada na lista de referências, você estará “escondendo”o autor citado. Mesmo se for um autor de sobrenome conhecido, de quem você está falando realmente? E de que obra sua? De qual edição? Como autor de um texto acadêmico, sua obrigação é ser o mais transparente possível, facilitando ao leitor todas estas informações.
Mas, ah! Se este leitor fosse tão interessado assim, ele não pode ir até o mesmo livro que eu consultei e obter a referência bibliográfica? Sim, mas até que ele possa fazer isto, a dúvida está instaurada. Existe uma “quebra” entre saber qual sua fonte, diretamente da leitura do trabalho, e ir buscar um livro para descobrir a mesma coisa.
Como argumento final, pode ser que seu leitor tenha acesso ao original, sendo mais difícil encontrar o trabalho que você tenha consultado.
Resumindo, a necessidade de transparência é tamanha que o manual de normalização de trabalho acadêmicos da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), recomenda: além de incluir na lista de referências, apresente imediatamente a referência da obra citada em uma nota de rodapé.
2. Os números das páginas são necessários?
Uma das regras que norma 10520 estabelece é que citações diretas precisam ser acompanhadas do número da página onde foram encontradas, na fonte consultada. A lógica por trás da regra é, novamente, facilitar a vida do leitor, caso ele queira verificar as informações.
Como muitas vezes o apud é utilizado para “emprestar” citações diretas, poderíamos pensar que todas as chamadas de referência bibliográfica de citação da citação devem vir obrigatoriamente acompanhadas do número de página, certo?
Na prática não, pois como qualquer outro tipo de citação, ela poder assumir várias formas, como por exemplo: reproduzida literalmente, interpretada, resumida ou traduzida. Somente no primeiro destes casos, o da reprodução ipsis literis (letra a letra) seria preciso colocar o número da página da obra onde a referência foi encontrada.
Para esquematizar, temos basicamente dois casos possíveis:
Citação de Citação Direta
É o caso mais comum discutido antes e segundo o exemplo da própria norma:
“[…] o viés organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
Repare que o número de página se utiliza para as duas obras, a citada e a consultada. Isto reforça o argumento de que os leitores podem ter acesso à obra geral. Ou seja, eu poderia ir diretamente ao livro de Vianna na página 172 para encontrar esta citação direta. Ou então caso, não tenha acesso, iria ao livro de Segatto, nas páginas 214 e 215.
De todas formas, vamos repetir, é preciso que as duas obras tenham entradas na lista de referências bibliográfica.
Citação de Citação Indireta
Um pouco menos comum, mas é o caso de se sintetizar ou parafrasear a citação encontrada . Também através do exemplo utilizado na NBR 10520, temos:
No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.
Nesta situação, repare só, o número de página não deve ser utilizado, pois estas ideias podem estar disseminadas pela obra como um todo.
Citação de elementos não textuais
Outro fato pouco conhecido: a citação da citação não precisa necessariamente ser de um trecho textual. Imagens, tabelas, diagramas, figuras e quadros também podem ser reproduzidos e citados.
3. Posso usar o tal do apud ou citação da citação a vontade?
Embora a norma ABNT não o diga explicitamente, existe uma interpretação recorrente na comunidade acadêmica a respeito do uso do apud. Uma citação da citação é um último recurso. Isto é, deve ser evitado ao máximo.
O motivo não é nenhum tipo de preconceito, somente uma consequência da lógica do trabalho científico. Ao não ter sido consultada, a citação da citação corre o risco de trazer consigo erros ou, no caso das paráfrases, de ter sido mal interpretada. Mesmo quando se faz uma citação direta, literal, a cópia exata do texto a ser citado, os erros de transcrição acontecem.
Porém também existe um outro motivo, talvez até mais forte para você não utilizar o apud: pode ser um indicativo de preguiça mental.
De certa forma, ao utilizar a citação da citação, você está deixando de buscar fontes em primeira mão para se amparar naquilo que um outro autor já levantou. Por este motivo, somente utilize este recurso quando a obra citada for completamente inacessível. Nunca, mas nunca mesmo, utilize uma citação da citação de um livro que está ali, a seu alcance, na biblioteca.
4. Afinal como é que se pronuncia?
Para terminar, uma pergunta que aflige muita gente: como é que se fala a palavra? Ápud ou apúd? O primeiro mais seco, um pouco mais esnobe. O segundo lembrando uma sonoridade árabe, que possivelmente inspirou o aluno a mencionar o tal do “turco”.
Segundo o Dicionário de Brocardos Latino-Jurídicos, a pronúncia correta seria com o acento no “a”, ou seja, ápud.
Mas lógico, mais importante do que pronunciar corretamente é utilizar corretamente! Espero que com estas dicas você nunca deixe de acertar uma citação da citação. Bom trabalho!
Quer saber mais? Então acesse os manuais de normalização de trabalhos acadêmicos citados no texto, disponíveis em nossa área exclusiva.
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MUITO BOM!!! PARABÉNS
Obrigado, agradeço se ajudar a divulgar, até mesmo para espalharmos o bom senso a todos.
Estou realizando uma monografia e o uso do apud me foi muito útil. Eu tinha dúvidas. Obrigado.
Maravilha!
Simples, eficiente e didático.
Marcelino, muito obrigado pelo comentário!
É um grande incentivo para continuar realizando este trabalho que tem o único objetivo de compartilhar conhecimento e ajudar nossos acadêmicos.
Grande abraço!
Obrigada esclareceu um pouco da minha dúvida sobre o uso desta palavra. Estou fora do Brasil a mais de 17 anos!
Terminei meus estudos nos Estados Unidos da América e estou trabalhando na tradução de um livro sobre depressão de um renomado Psiquiatra de Santa Catarina. E então de deparei com esta palavra apud entre dois nomes da psicologia, que não tinha sequer idéia de quem se tratam as pessoas mencionadas.
Mas pelo menos a palavra que ainda não conhecia me foi esclarecido.
Olá Raquel,
obrigado pelo comentário, a questão que você levanta é interessante e me inspirou a escrever sobre ela. De fato, o latim apud do apud remeta a uma tradição que vem de longe na academia, na atualidade ele não é utilizado em todos os países. Nos Estados Unidos, onde você tem experiência, principais normas usam a expressão em inglês “qtd. in” (abreviação de quoted, na MLA) e “as cited in” (APA).
Então o que sempre comento quando escrevo ou leciono sobre normalização dentro da escrita acadêmica é: entenda a lógica. Os detalhes (se é apud, cited in, etc.) vão ser dados por cada norma específica e, ao longo de uma carreira acadêmica, você irá se deparar com muitas.
Grande abraço, Marcelo Sabbatini
Boa noite Marcelo Sabbatini,
Muito esclarecedora sua publicação, porém tenho uma dúvida que talvez você possa me ajudar.
Como devo fazer uma citação direta desses trechos abaixo? Qual a diferença?
1º TRECHO: Citação direta feita pelo autor LARUCCIA (2011):
De acordo com Meister (1999, p.29), “Universidade Corporativa é o guarda-chuva estratégico para desenvolvimento e a educação de funcionários, clientes e fornecedores, com o objetivo de atender às estratégias empresariais de uma organização”.
2º TRECHO: Citação indireta feita pelo autor LARUCCIA (2011):
Em contrapartida, Meister (1999, p.35) afirma que a metáfora de universidade foi adotada para criar a imagem da grande finalidade: prometer aos participantes e seus patrocinadores que a universidade corporativa irá prepará-los para o sucesso no trabalho atual e na carreira futura.
No 1º trecho acredito que a citação direta é: Meister (1999 apud LARUCCIA, 2011, p. 35) ou (MEISTER, 1999 apud LARUCCIA, 2011, p. 35). Já no 2º trecho não sei como fazê-la. Não sei se é uma citação de citação ou apenas uma citação direta do autor que eu consultei o artigo, no caso, o Laruccia. Às vezes eu acho que é só uma citação direta, porque o autor Laruccia (autor da obra que eu consultei) escreveu com suas próprias palavras a idéia do autor Meister. Ou seja, embora ele tenha usado Meister para fazer uma citação indireta no seu artigo, eu estou fazendo uma citação direta no meu texto das palavras de Laruccia e não as de Meister.
OBS.: Ambos os trechos foram lidos no mesmo texto, a referência é:
LARUCCIA, Mauro M. Impacto da universidade corporativa nas organizações. Revista de Administração da UNIMEP, Piracicapa, v. 9, n. 1, p. 146-163, jan./ abr. 2011. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2014.
Muito obrigada e parabéns pelo post!
Olá Rafaela, obrigado pelo comentário, fico feliz que tenha ajudado.
Mas vamos lá.
No primeiro trecho, a chamada de referência ficaria Meister (1999, p. 29 apud LARUCCIA, 2011, p.. 150). Note a diferença, a necessidade de colocar o número de página das duas obras.
Observação, esta é a numeração da página, na versão online do artigo de Laruccia, que encontrei em:
http://www.raunimep.com.br/ojs/index.php/regen/article/view/299/461
No segundo caso, trata-se de um paráfrase. E neste caso não se recomenda fazer citação direta de uma paráfrase, pois o objetivo de uma citação literal, letra a letra, é manter a forma de expressão do autor ou para manter exatamente uma definição. Por isso, somente deveria ser utilizada para uma obra consultada na fonte. Além de ficar confuso, em relação a quem está “falando”. Nesse caso, mais recomendado seria fazer a paráfrase da paráfrase.
Mas Rafaela, melhor mesmo é consultar a fonte original! Em breve vou atualizar o post, com motivos para NÃO utilizar o apud. Seu trabalho ficaria muito mais sólido caso não precise recorrer a uma interpretação, ainda mais de uma obra recente e de um tema para o qual existe uma abundância de fontes.
Abraço!
Olá Marcelo Sabbatini,
Parabéns por conseguir escrever de forma tão clara e didática!
Muito obrigada por sua resposta. Ela me ajudou verdadeiramente, além de me dar algumas dicas.
Obrigada!
Abraços!
Olá Marcelo,
Gostaria de saber se você poderia me ajudar, consultei um artigo que faz referência a outros 3 de uma só vez os quais não tenho acesso. Não sei como faria para usar apud nos 3, não encontrei em lugar algum essa informação,
2 opções me deixaram na dúvida:
(AUTOR1; AUTOR2; AUTOR3, ANO1, ANO2, ANO3 apud AUTOR_CONSULTADO, ANO_DO_CONSULTADO)
(AUTOR1, ANO1; AUTOR2, ANO2; AUTOR3, ANO3 apud AUTOR_CONSULTADO, ANO_DO_CONSULTADO)
Saberia qual a forma correta?
Veloso
Ou ainda tem a opção de fazer 3 apud.
Veloso
Olá Veloso, infelizmente não percebi sua mensagem antes e deixei de responder. Mas para deixar no registro da página, vou tentar responder.
A situação parece um pouco fora do comum. Chamadas de citação com vários autores podem ser utilizadas, separando cada conjunto de autor com ponto e vírgula. Porém este tipo de citação é utilizado quando se trata de uma indicação generalizada dos autores que contribuíram para uma determinada ideia ou campo do saber, o que nos leva à pergunta: vale a pena citá-los?
Lembrando também, embora não seja exclusividade, geralmente se utiliza o apud em citações diretas.
Se você responder sim, das opções apresentadas a mais correta seria:
(AUTOR1, ANO1; AUTOR2, ANO2; AUTOR3, ANO3 apud AUTOR_CONSULTADO, ANO_DO_CONSULTADO)
Nunca vi uma chamada de referência assim e como se trata de uma situação peculiar, o melhor mesmo seria evitar.
tenho a mesma dúvida
Respondido acima
Caro Marcelo Sabbtini. muito obrigado por seus esclarecimentos sobre os apúds. Sou formado em Pedagogia e sempre tive minhas dúvidas em relação a utilização de te.
Seus esclarecimentos foram claros e objetivos, aprendi muito com você. meu sincero Obrigado.
Olá Pedro, fico feliz em ter ajudado. Um abraço!
Muito ilustrativo o artigo. Ajudou significativamente.
Olá Marcelo.
Me explique por gentileza, como faço uma citação de citação indireta de uma notícia publicada em um site digital, onde:
“Janeiro costuma ser tempo de avaliar o ano anterior e planejar os próximos meses. A GlobalWebIndex, empresa mundial especializada em estudos relacionados a internet e tecnologia, disponibilizou um estudo interessante sobre o crescimento no uso de dispositivos digitais ao redor do globo em 2014.”
Este trecho foi retirado da publicação, a qual gostaria de saber como menciono o jornal e a fonte retirada em questão, e subsequente, sua bibliografia como referenciação.
O site do jornal digital segue adiante
Agradeço desde já.
Olá Lucas, eu citaria diretamente o estudo da Global Index, sem precisar “passar” pelo site de notícias. Como o estudo é recente e você pode ter acesso a ele, não se deve fazer citação da citação, é dever do pesquisador ir até às fontes originais. Abraço!
Quanto a uma citação que eu nao tenho a página do livro primeiro? é possivel utilizar a noma dessa maneira? obrigada pela atenção
A Pedagogia Empresarial expandiu sua concepção inicial graças a fatos importantes ocorridos na realidade das organizações brasileiras. Um estudo apresentado pelo autor (FALCONI,1999, apud BELINI, et al, 2009, p. 26[1]) demonstra que na década de 1980, referia-se à baixa escolaridade dos operários das fábricas, mais de 60% não concluíam as quatro primeiras séries da educação básica. Além disso, havia grande desperdício de matéria prima na indústria e na construção civil, aproximadamente 10% do PIB nacional. As empresas viam-se forçadas a entrar no mercado mundial com produtos de qualidade que atendessem às normas internacionais e, para tal enfrentamento, sentiam-se despreparadas. .
[1] Cf. BELINI. Cristiane Santos. BARROS, Elita Santana. OLIVEIRA, Karolinne Mello. RUIZ, Sofia. O Pedagogo Empresarial: A importância da Formação Continuada na Qualidade dos Serviços Prestados. Monografia. 2009. Disponível em: http://chrisbellini.blogspot.com.br/2009/10/ensino-aprendizagem-na-organizacao.html. Acesso em 31 jul 2012.
Olá Roberta, boa pergunta. Mas por que não teria a página do primeiro livro? Uma falha do segundo autor, por exemplo? Ficaria um pouco fora da norma, mas acredito que dentro do aceitável. O único problema é que pode parecer erro seu, mas enfim, pelo menos os dois autores estão sendo referenciados.
De todas formas, em seu exemplo, devido ao fato de ser uma paráfrase não seria necessário indicar os números de página. Dessa forma, você evita, a confusão!
Olá Marcelo.
Eu tenho uma dúvida se devo ou não utilizar o ápud quando me deparo com uma citação que foi traduzida pelo citador, sendo numa língua que eu desconheço, como o alemão por exemplo. Uso ou não o ápud?
Olá José Carlos,
tem sido interessante ver como existem situações práticas de aplicação das normas da ABNT que nem imaginamos e que somente o uso acabam por gerar dúvidas. É o caso de sua pergunta; como ela não está prevista na norma, nem nos manuais de metodologia científica, vou tentar aplicar bom senso e lógica.
Primeiro, as práticas de citação direta dependem muito da área do conhecimento. Em disciplinas onde o aspecto literal é fundamental ou importante, por exemplo análise literária ou filosófica, é prática manter o idioma original. Nesse caso, utilizar a tradução e uma tradução que você não tem garantia ser de qualidade, não seria recomendável. A exceção, se a obra consultada tiver sido traduzida profissionalmente, com os créditos atribuídos nos dados bibliográficos. Neste caso, uma nota de rodapé para esclarecimento iria lhe resguardar de críticas.
Agora, outros campos, como tecnologia e saúde, não precisam tanta fidelidade ao texto original e uma tradução livre, feita pelo autor, geralmente é aceita. Mas neste caso, você ainda estaria estendendo um voto de confiança àquele autor que você está citando. E aí, pergunto, será que é imprescindível utilizar a citação direta? Não poderia ser substituída por uma paráfrase?
Foi isto o que pensei, vamos aguardar outras opiniões neste debate.
Abraço!
Muito obrigado por responder Marcelo, usar uma paráfrase é uma boa ideia, nesse caso eu citaria o autor que traduziu tal citação, ou seja, o autor do artigo que estou lendo né?
Olá, Marcelo!
Eu não aguento mais pesquisar sobre a correta utilização do “et al”, pois em cada lugar que vejo se encontra de forma diferente.
Poderia me ajudar?
Agradeço…..
Esclarecedor, meus parabéns!
Abraço
Foi ao encontro da minha duvida e aprendi mais.
Obrigado
obrigada, estava ha horas tentando tirar uma duvida sobre o que entra nas referencias, e so achei no seu texto. Precisamos muito dessas orientações na Internet!
Olá Marcelo!
De grande valia o conteúdo do seu artigo! Nos deparamos cotidianamente na literatura com este termo, mas somente quando vamos utilizá-lo é que as dúvidas surgem. Apesar de já conhecer o seu significado e aplicação, sempre me perguntei quanto à pronúncia correta, e, até neste detalhe, vc foi muito eficiente!
Parabéns por aplicar parte do seu tempo a todas as dúvidas … e a alguns curiosos de plantão como eu! rs
Sucesso!
Obrigado, Patricia. Acredito que a palavra chave seja “curiosso”. Tratei de todos estes conteúdos, pouco conhecidos, buscando satisfazer minha própria curiosidade!
Olá Marcelo,
estou fazendo um artigo científico e durante as pesquisas, estou vendo dificuldade em saber qual é e qual não é a citação do autor.
Exemplo:
A satisfação no trabalho é uma resposta emocional às tarefas que são
realizadas na empresa e às condições que são disponibilizadas para a consecução
das tarefas, sendo definida como o grau conforme os indivíduos se sentem em
relação ao seu emprego, podendo ter um resultado positivo ou negativo
(CADAMURO, 20123).
Outro exemplo:
Enfim, no atual ambiente competitivo, em que as organizações estão
inseridas, é muito importante que seja conhecido o grau de satisfação dos
empregados, medindo o nível do clima organizacional, pois o ambiente é alterado
pelas pessoas e estas possuem estado de contentamento momentâneo e que, por
sua vez, atua sobre o desempenho dentro da empresa (GUERIN, 20124).
podemos perceber que estes exemplos parecem ser citações, mas têm mais de 3 linhas e me deixa confusa, pois não sei se são citações ou são palavras do autor do artigo..
preciso da resposta urgente, porfavor!
Obrigada.
Aguardo
Olá Márcia Júlia, da forma como estão redigidos os dois trechos, seriam paráfrases, isto é, citações indiretas. Ou seja, o autor do trabalho que você consultou sintetizou o pensamento de Cadamuro e de Guerin, respectivamente, utilizando suas próprias palavras, mas mantendo fidelidade às idéias originais.
Sobre a regra das três linhas: se for utilizada uma citação direta com mais de três linhas, não se utilizam aspas, mas sim uma formatação especial, destacando o texto. Pela ABNT, recuo de 4 cm à esquerda do texto e fonte menor. No caso da paráfrase isso não é necessário.
Ajudou?
Olá Marcelo, é correto fazer uma parafrasear uma outra paráfrase? Se sim, qual autor eu devo citar?
Olá José Carlos, a metodologia científica recomenda que não, você deveria sempre consultar uma fonte bibliográfica em seu original.
O apud, a citação da citação, ainda se justifica em termos de inacessibilidade de uma fonte. Mas neste caso, ainda que você conceda “crédito” ao autor onde você encontrou a citação, no sentido de confiar que ele realizou bem a transcrição, você estará diante de uma citação literal, das palavras originais do autor que está sendo citado.
Já a paráfrase da paráfrase é mais complicada. Por quê? Pois mesmo que uma paráfrase bem realizada seja fiel as ideias do autor, sempre há um parcela de interpretação e, como consequência, seu texto ficaria de segunda mão. As normas nem sequer preveem este caso, então não haveria forma correta de citar.
Abraço!
Olá.
Obrigada pelas informações.
Entendi como fazer a citação, porém não encontro respostas de como refencia-las, ou seja, inserir na bibliografia, como faço? Coloco o autor citado ou o consultado? e como deveria ser feito se for o citado, uma vez que não tenho todos os dados como editora, por exemplo?
Ola Rose,
se você reler o artigo, verá que a questão da bibliografia está explicada. Justamente, é um erro bem comum não referenciar os dois trabalhos, o consultado e o citado, na bibliografia. É preciso que os dois apareçam, sim.
Já o caso de não ter todos os dados é uma motivação para não utilizar a citação da citação. Por quê? Pois você está utilizando como referência um texto sobre o qual você não tem informação, o que lhe retira credibilidade. Mas também comento que é possível buscar os dados faltantes, utilizando busca em base de dados e com o próprio Google.
Valeu pela dica.
Olá Marcelo, obrigada pelas informações.
Porém, se a citação do autor1 for no meio da citação do autor2, cuja relação e pertinência foi encontrada pelo autor 2, colocar o APUD é também uma questão de honestidade não é?
Texto muito elucidativo.
Poderia colocar exemplos práticos do apud na referência ? não ficou claro pra mim
Jose, tiro um exemplo de um texto meu:
Este é o mesmo posicionamento de Shale (1990, p. 334 apud McISAAC;GUNAWARDENA, 1995, p. 420), pois “tudo aquilo que constitui o processo da educação quando professor e aluno podem se encontrar cara a cara também constitui o processo de educação quando professor e aluno estão fisicamente separados”.
Vanos entender. No caso, eu estava usando o texto de McIsaac e Gunawardena e achei esta passagem que elas citam interessante. Porém, eu não tinha acesso à obra de Shale, que é uma fonte mais antiga. Então, vou fazer a citação da citação.
Além dos autores e datas, como é uma citação direta, é preciso indicar a página onde encontrei. No texto que utilizei, ela está na página 420. Mas no texto original, está na página 334 e esta é outra informação que estou utilizando somente na base da confiança.
Nas referências bibliográficas, é necessário colocar as duas obras, tanto a utilizada, como a citada.
McISAAC, Marina Stock; GUNAWARDENA, Charlotte Nirmalani. Distance education. In: JONASSEN, D.H.(ed.) Handbook of research for educational communications and technology. 2. ed. Mawha: Lawrence Erlbaum, 2004. pp 403-447.
SHALE, David. Toward a reconceptualization of distance education. In MOORE, M.G. (ed.) Contemporary issues in American distance education. Oxford (Inglaterra): Pergamon, 1990.
Ficou mais claro agora?
Marcelo, boa noite!!
Você realmente esclareceu todas as minhas dúvidas, foi bem claro e objetivo, Os exemplos foram ótimos.
Muito obrigado.
Sucesso!!
Prezado Marcelo, fiquei com uma dúvida. Perdoe-me se já foi respondido nos comentários.
Como cito um autor que aparece referenciado em uma nota de rodapé, de determinado trecho que quero transcrever?
Ilustro com o trecho em questão, para que eu possa me fazer entender. O trecho que quero transcrever no meu trabalho é:
“Em primeiro lugar, o mandamento magno da igualdade, a virtude soberana³, manifestado em inúmeras disposições constitucionais, (…) ”
O trecho remete à seguinte nota de rodapé:
“³A expressão é de Ronald Dworkin, Sovereign Virtue, 2000”.
Olá Rafael,
o exemplo que você coloca é um pouco diferente, pois o trecho não chega a fazer uma citação direta do trabalho de Dworkin, só faz uma explicação, usando corretamente uma nota de rodapé.
É um caso não previsto pela norma e deve ser bem raro.
Então, eu sugiro fazer o seguinte: transcreva a citação normalmente, inclusive mantendo a nota de rodapé.
Agora na nota, você somente atualiza a informação dizendo. Como nota Fulano (autor do trabalho que você está consultando), a expressão é de Ronald Dworkin, etc.
Mas lembre-se, nas referências bibliográficas todos os autores devem estar presentes.
Abraço, Marcelo Sabbatini
Marcelo, caí de paraquedas aqui no seu blog, e já assinei a newsletter. Estou tentando tirar uma dúvida, veja se consegues me ajudar.., Não é bem sobre apud, mas não deixa de ser também.
Preciso falar sobre transição nutricional da população na minha monografia, e aí achei um autor que cita o IBGE como a fonte dos dados, mas não consigo achar o documento do IBGE. Mesmo que o autor tenha utilizado o IBGE somente como fonte de dados quantitativos, e exprimido a opinião dele sobre o assunto, assim mesmo preciso citar o IBGE? Não posso citar o autor? Se no caso o que eu vou usar como citação indireta é a opinião dele…
Desde já agradeço pela atenção!
Olá Priscila,
muito obrigado pelo interesse!
O caso que você nos traz, embora não entre nos detalhes de como utilizar o apud, tem tudo a ver com sua lógica.
Vejamos, o que você se propõe é fazer uma paráfrase de um autor, até aí tudo bem. O problema surge pela origem da afirmação que você quer parafrasear, um estudo do IBGE, mas sobre o qual você não tem acesso, o que é fora do comum. Então, se você citá-lo, estará de certa forma fortalecendo o argumento dele, mas sem poder verificar por si mesma a qualidade da análise.
Aí você precisa se perguntar: ele tem credibilidade como autor (afiliação institucional, pesquisa publicada em artigo revisado por pares, etc.)? As conclusões que ele chega são polêmicas?
Digo isso pois é preciso tomar cuidado, pois entre as fraudes científicas, estão a invenção ou maquiagem de dados.
Sendo assim, o mais recomendável é voltar a buscar o estudo original do IBGE, para dar uma checada. Se não encontrar, então poderia fazer a citação, mas explicitando todas estas ressalvas em uma nota de rodapé; mas ainda assim não é o ideal, pois um leitor/examinador poderia questionar seu esforço e capacidade de pesquisa e de independência de pensamento, pelo fato de não ter ido atrás.
Um abraço
Muito obrigada Marcelo! Me ajudou muito! Parabéns pelo blog e pela vontade em nos ajudar! Sucesso pra você!
Muito obrigado! Ajudo bastante numa revisão bibliográfica que estou fazendo.
Olá Marcelo.
Muito bom o seu artigo sobre o uso do apud.
Estou elaborando meu TCC e tenho a intenção de utilizar um quadro que encontrei num livro, porém esse quadro já está referenciando um terceiro autor. Como faço para utilizar esse quadro e referenciar corretamente?
Agradeço antecipadamente,
Abraço
Olá Rafael, desculpe pela demora, espero que ainda esteja a tempo. Este, pelo que entendi, é o caso clássico do apud: você está lendo uma obra e nesta obra tem alguma informação de uma outra obra, a qual você não tem acesso. Não precisa necessariamente ser uma citação direta textual, no caso imagens, tabelas, diagramas e quadros também podem ser reproduzidos e citados.
Então como fazer? Pelas normas da ABNT é preciso citar a fonte de um quadro, o que é feito pela chamada da referência. Basicamente aplicar o mesmo procedimento de uma citação direta.
Junto ao quadro ficaria: Fonte (autor original apud autor do livro onde você encontrou o quadro).
Lembrando, dentro dos parênteses, os nomes em caixa alta maiúsculas e as datas de publicação das duas obras.
Agradeço, pois este detalhe de citar quadros, tabelas e figuras será acrescentado ao texto.
Um abraço!
Muito bom! Parabéns!
Informações muito claras!
Muito bom mesmo!
Olá Marcelo estou precisando de uma orientação,conforme falei acima peguei uma citação de Beatriz Rocha do abramet mas não tem números ano e paginas e tenho que entregar hoje tem como me ajudar.
Seria essa citação
Trânsito, um elemento presente na história da vida do humano.
O trânsito, no decorrer da história da humanidade, vem se diferenciando, sob alguns aspectos: o primeiro é em relação à qualidade dos veículos, que no início eram apenas carroças que tinham tração animal e, com o passar do tempo, e o aumento da complexidade das atividades humanas, foram apresentando necessidades diferenciadas e com invenções e criações passaram a contar com veículos movidos a motor, o que diminuiu o tempo de deslocamento entre duas localidades. Com essa realidade, passaram a aparecer os diferentes atores do trânsito, que desempenham papéis de acordo com a finalidade ou o objetivo em que estão inseridos no fluxo, ou seja, no trânsito. Esses atores são os pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas dos diferentes tipos de veículo
Ola Geane,
quando não há ano da publicação, utiliza-se s.d., (sine data, sem data em latim).
quando não há número de página, o que ocorre frequentemente em meios eletrônicos, omite-se.
Ficaria então (ROCHA, s.d.)
Porém, pelo trecho que você mostra, não recomendaria o uso da citação direta. É uma passagem que não traz nada de marcante, em termos da forma de expressão ou de definição de conceitos, então acho que você poderia parafrasear, tranquilamente.
Bom trabalho!
Estou com uma dúvida básica: como colocar a referência completa para notícia coletada em sitio confiável da internet (como o Conjur). Particularmente sobre a paginação (nunca há) e data (quando não houver)?.
Grato,
Ricardo
Olá, Marcelo! Muito bom o seu texto.. Tenho uma dúvida a respeito da tal da “citação da citação” que talvez você possa me ajudar.
Estou pesquisando um determinado tema para o meu trabalho científico e encontro outros trabalhos que abordam o mesmo tema. Em um desses trabalhos, encontro um trecho que seria muito útil para o meu trabalho. Esse trecho está referenciado, e tenho acesso à obra original. Assim, eu li então a obra original e escrevi com as minhas palavras o que o autor quis dizer a respeito daquele assunto, citando apenas a fonte original.
Nesse caso, seria correto também citar a fonte secundária, ou seja, o trabalho onde encontrei a fonte original? Tenho dúvida se devo colocar o “apud” nesse caso..
Desde já, agradeço pela sua atenção!
Muito bom amigão, ajudou muito. Parabéns!
A dúvida do uso do Ápud é bem comum, enquanto alguns tem receio de usá-los, outros querem usar a vontade. Mas o certo é que só deve ser usado se de fato não tiver acesso a obra original, afinal de contas o ideal é “beber da fonte”.
Muito boa a publicação e com um belo toque de humor nerd. Adorei e PARABÉNS!!!
Prezado! Gostaria de saber onde vc se embalou para a explicação de colocar a obra que não foi utilizada igualmente na lista de referências? Referências são as obras que eu tive em mãos, logo, a obra que o outro autor utilizou não é minha referência e sim dele. Tão pouco tenho obrigação de saber seus dados completos visto que não a utilizei. No máximo seria adotar uma nota explicativa com os dados da obra original. Isso engana uma banca se estiver nas referências. Se alguém perguntar onde vc encontrou esta obra que vc citou? Não saberei dizer, visto q nunca a utilizei e sim a outra que lhe citou. Incorreta sua interpretação e queria saber baseado em que vc está explicando isso. No aguardo.
Olá Cibele,
acredito ter explicado no texto, mas vamos recapitular. Na ABNT NBR 10520 o exemplo dado utiliza ambas as datas:
Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser […]
E logo, todas as referências presentes no texto devem aparecer na lista de referências, no caso Abreu, 1999. Isto é algo básico, você não pode colocar uma chamada de referência e não colocar a mesma na lista.
Também como argumentei, é uma questão lógica. Uma citação é utilizada para exemplificar, justificar, reforçar um argumento. Ao “esconder” qual a fonte original desta citação, sua argumentação perde força. Os dados do texto original são necessários pois a qualidade de uma fonte também é dada pela referência. Quem é este autor? Onde ele publicou? Quando?
É justamente o contrário do que você diz, você engana a banca (ou tenta enganar) ao não incluir a citação original, ao confiar somente no autor que você consultou. Ao fazer isto, você estará retirando da banca a possibilidade de avaliar a qualidade de sua referência.
Outro ponto, que reforça meu argumento: outras normas acadêmicas, como MLA, APA e Chigado exigem o detalhamento da referência original. Consulte por exemplo, este guia:
https://umanitoba.ca/student/academiclearning/media/Citing_Secondary_or_Indirect_Sources_REVISED_2014.pdf
Então, sim, tem obrigação total de saber os dados completos da obra que você está citando indiretamente. Isto está implícito na norma da ABNT, mas vários manuais acadêmicos, como o mencionado em meu texto, assim como livros de metodologia trazem esta recomendação.
Abraço!
Prezado
Você só pode colocar na lista de referências obras consultadas, no seu exemplo, a obra não foi consultada e sim referenciada por outro autor, logo ela não pode constar na sua lista, a única que pode constar é a que vc estava em mãos. Caso contrário, no meio de uma dissertação de 250 páginas, um membro da banca lhe pergunta, nossa vc teve acesso a obra do Silva, onde vc encontrou, só existe um exemplar dela em Portugal na biblioteca de Lisboa (vc por acaso esteve na biblioteca de Lisboa e consultou a original para ela estar na sua lista? E vc nem sabe de que obra a banca estará falando pq nunca viu e nem se quer tocou na obra, sendo assim, ela jamais poderá estar na sua lista entende? E como vc terá memória para se lembrar do que se trata (quais os autores consultados e quais foram citação de citação?), depois de uma lista de mais de 60 autores, por exemplo?
Não entendi, este link que vc citou fala exatamente o que lhe expliquei::
“Como no APA, você faz referência à fonte que você leu (por exemplo, Beaujot). Se você optar por dar ao seu leitor informações adicionais, você pode incluir a fonte original em uma nota na parte inferior da página.”
Veja, por exemplo este manual NORMAS APA p. 6, explica exatamente o que falei:
http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
Fonte secundária secundária
Citação de um trabalho discutido em fonte secundária, indicar o autor da
obra original e o ano (se possível), logo após acrescentar ‘como citado em’
(artigo em português) e ‘as cited in’ (artigo em inglês), o autor, ano e página da
obra utilizada para consulta.
Na lista de referências indicar apenas os dados da
obra secundária (material que foi utilizado como meio de consulta para a
citação).
Justamente recomenda-se o contrário desta sua interpretação:
1º – Nas referências só podem constar obras que o autor consultou (Não é o caso do que estamos falando aqui, pois justamente se utiliza o apud para indicar que a obra não foi utilizada, caso contrário, não teria por que utilizar o apud, já que iria se referenciar a obra na lista de referências).
2º – Nas suas referências, deve constar a obra que você leu e não deve aparecer a obra não lida. Se a obra não lida aparecer na lista de referência, isso iria sugerir que você a teria lido, o que iria contradizer o uso do apud no texto, e implicaria também na suposição do seu conhecimento daquela obra como um todo, o que de fato não ocorreu.
Em síntese, estas regras preconizam a ética e o agir honestamente como autor, dando o crédito ao autor ou à autora que você realmente leu e o apud serve para sinalizar essa intermediação a seu leitor (a).
3º – O apud deve ser utilizado em último caso, justamente para evitar o telefone sem fio, por que o fulano que leu o sicrano que falou, e isso pode ter manipulação de informação. Apud é aceito em especializações, Tcc, monografias.. já numa tese de doutorado, por exemplo, nem se aceita utilizar, recomendando-se ir na fonte primária ou nem citar.
Creio que vc está fazendo uma interpretação errada, e infelizmente, a norma dá margem para isso, pq não deixa clara esta informação, porém a lógica evidencia isso.
Bem, acho que o assunto foi explicado e existem diversos exemplos corretos em diversos manuais.
Se você achar necessário, pode criar uma lista no final do seu trabalho com os dados destas obras originais como um plus, porém, separado da sua lista de obras consultadas ok. Jamais podem estar juntas. Escreva para a ABNT e recomende estes exemplos na próxima edição de normas. Isso facilita para que não se tenha interpretações erradas como estas,.
Uma dúvida, se as informações estão contidas numa publicação com vários autores e dentro de um artigo tem outra fonte, como fazer?? Se neste caso ocorre um autor dentro de um compilado que citou outro autor, ou seja citação da citação da citação.
Olá. Se pudesse esclarecer uma dúvida para mim seria ótimo!
Estou lendo um capítulo de livro Escrito por Wood. E ela cita outros trabalhos dela mesmo nesse capitulo de anos diferentes. Especificamente achei importante dois, um de 1995 e outro de 1997, e queria unir os dois em uma só frase em uma citação indireta.. Como faço essa citação, sendo que não tive acesso a essas obras de dentro do capitulo e sim somente ao capitulo do livro que ela escreveu? Uso apud? posso repetir o nome dela consecutivamente?
Olá Pâmela,
esta seria uma citação “Frankenstein”!
O pano de fundo da brincadeira tem fundamento, pois pelo que entendi o que você está propondo é criar uma nova citação, a partir de duas citações anteriores.
Isto seria errado, por dois motivos. O primeiro, que a citação direta, por definição, reproduz literalmente o pensamento de um autor. Aliás, somente nestes casos, onde seja necessário proporcionar uma definição precisa ou manter o estilo do autor é que ela deve ser utilizada. Portanto, a nova citação não teria respaldo em nenhuma obra da autora.
Logo, também é preciso pensar no conceito de “traição epistemológica” (ver este artigo http://www.marcelo.sabbatini.com/a-traicao-epistemologica-e-a-revisao-bibliografica/). A nova citação seria uma criação sua, não corresponde ao que autora escreveu. Mesmo que seja uma síntese de seu pensamento, que em tese ela poderia ter escrito, não foi assim.
O que fazer então? A resposta é simples: paráfrase. Através da interpretação das ideias da autora, inclusive “juntando” o que está escrito em mais de uma obra, você irá conseguir alcançar seu objetivo. Inclusive existe uma forma de realizar a chamada das referências bibliográficas para um paráfrase-síntese, que se encontra na norma da ABNT NBR 10520. Cito diretamente da norma:
6.1.4 As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tem as suas datas separadas por vírgula.
Exemplo: (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)
Abraço!
Caro professor,
Encontrei-me numa situação curiosa: uma citação que já é apud me interessou, ou seja, gostaria de citar aquela citação em meu trabalho, mas ela já é um apud. Porém, nunca tinha considerado essa possibilidade de fazer apud de apud! Isso é possível?
Olá Maria,
a citação da citação da citação, por assim dizer, não está prevista nas normas acadêmicas, nem internacionais, nem na ABNT.
E tem sentido, pois aplicando a lógica da redação científica e o bom senso o apud já é um recurso a ser utilizado em última instância. Isto pois haveria uma perda na força do argumento, ao se recorrer a uma fonte de segunda mão, quanto mais uma de terceira.
Mas enfim…se você realmente gostou da citação, se ela expressa algum conceito de forma única, então você poderia arriscar em que essa transcrição foi bem feita, copiá-la e não informar aos leitores que você está citando a citação. Não é o que a metodologia científica permite, mas na prática sabemos que isso ocorre.
Abraço, Marcelo Sabbatini
Bom dia!
Existe o seguinte formato de citação:
(DUARTE apud KOÇOUSKI in MATOS, 2012 p. 77)
Ou seja, quando um autor (DUARTE) é citado no texto de outro (KOÇOUSKI), que por sua vez está inserido em um livro cujo organizador é (MATOS)
Obrigado!
Olá Roberto, o formato que você colocou está equivocado pois a questão de parte de uma obra organizada é indicada somente na referência bibliográfica, não sendo necessária na chamada da citação. Explicando pelo exemplo: a chamada correta seria (DUARTE apud KOÇOUSKI, 2012, p. 77). Ou seja, você está colocando uma citação de Duarte que você encontrou no texto de Koçouski. O leitor, ao buscar a referência então encontrará que o texto de Koçouski faz parte de uma obra organizada. Ali na lista de referências você terá algo assim KOÇOUSKI, Primeironome. Texto do capítulo/parte. In: MATOS, Primeironomedematos (org.). Título do livro. Cidade: Editora, ano de publicação. Ok?
)brigada!
Owwwn, disponha!