
Uma Jovem na Jutlândia Escrevendo o Nome do seu Amado em uma Janela Embaçada: Christen Dalsgaard
Publicado originalmente em IAEdPraxis: Caminhos Inteligentes para a Educação, em 30 de maio de 2024.
Algumas reflexões sobre como os estudantes estão usando o chatGPT, tiradas de um artigo publicado recentemente:
“É preciso dizer que não se trata aqui de identificar o culpado e aplicar‐lhe o devido castigo. A prática […] já vem sendo legislada e sem dúvida deve ser combatida enquanto recurso para obtenção de sucesso acadêmico, seja ele em que nível for”.
“Ao contrário, nossa preocupação é entender tal questão pelo lado pedagógico, perceber seu contexto e buscar alternativas neste campo para a sua superação”.
“Por outro lado, é possível perceber que tal prática não é exatamente uma novidade no campo educacional [… ] As gerações são diferentes, mas as práticas são muito semelhantes”.
“Onde está então o problema? Em primeiro lugar, é forçoso dizer que se o paradigma que subjaz a prática docente não se alterou, não é possível pensar em outros significados para esta situação”.
“O problema, portanto, está em receber um trabalho deste tipo como resultado de uma proposta pedagógica. Deste modo, ao receber tal trabalho o professor deve se perguntar sobre o que foi proposto ao aluno e o modo como isto foi feito”.
“A proposta pedagógica deve orientar a prática pedagógica. Assim, preocupar‐se com o processo de produção do conhecimento por parte do aluno é elemento central para a consecução de uma proposta que vise valorizar o aluno como autor. Neste sentido, ao receber tais trabalhos deve‐se solicitar ao aluno que explicite seu processo de produção do conhecimento”.
Atual, não é? Atualíssimo, eu diria. Só tem uns detalhes: o artigo é do longínquo ano de 2008 e trata da “geração Ctrl C + Ctrl V”, a partir de uma discussão sobre autoria e identidade na cultura digital. Isso mesmo, antes de chatGPT et al. a Educação já estava apavorada com o “copia e cola”. O autor é o professor Sergio Abranches, colega de departamento e da Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE.
Ou seja, tecnologia vai, tecnologia vem e coletivamente ainda não enxergamos o “X” (com trocadilho) da questão que é o conceito de educação – e de práticas pedagógicas associadas que desejamos e precisamos.
Então…como pensar práticas pedagógicas autênticas e significativas num cenário onde a IA está cada vez mais presente?
Referência
ABRANCHES, Sergio. O que fazer quando eu recebo um trabalho CRTL c + CTRL V? Autoria, pirataria e plágio na era digital: desafios para a prática docente. In: 2o Simpósio Hipertexto de Tecnologias na Educação, Recife, 17 set. 2008. Anais eletrônicos. Recife: NEHTE, 2008. [acesso ao texto]