E a Praia de Boa Viagem é assim, a partir das 15:30. Verticalização, que verticalização?
Olha ali que ainda tem um lugar ao sol!
E claro, o que o bom senso indica, já foi estudado. Então não sou eu que digo, não sou que sou “chato”.
Minha inquietação sobre as consequências sócio-ambientais do desenvolvimento urbano sobre o turismo e o lazer de uma das praias mais famosas do Brasil, são expressas por pesquisas:
A verticalização intensa tem consequências ambientais sérias para o bairro. Barra o vento do mar e cria ilhas de calor; causa sombra na praia à tarde; aumenta a quantidade de esgoto doméstico, aporte urbano e lixo; intensifica a impermeabilização do bairro como um todo; aumenta a demanda sobre recursos hídricos aumentando a demanda para perfuração de poços; sufoca e desvaloriza os outros prédios mais baixos e casas, independente de sua idade ou estado de conservação; sobrecarrega a paisagem; sobrecarrega o tráfego com veículos particulares e transporte público e; acentua a exclusão social. O aumento da exclusão e da tensão social com o encastelamento das camadas mais privilegiadas da população é um fato consumado, que na Boa Viagem acabou por gerar insegurança e fez com que a área perdesse seu ar de bairro praieiro.
Fonte: COSTA et al. Verticalização da Praia da Boa Viagem (Recife, Pernambuco) e suas
Consequências Sócio-Ambientais. Revista da Gestão Costeira Integrada, v. 8, n. 2, p. 233-245, 2008. Disponível em: <http://www.aprh.pt/rgci/pdf/RGCI-128_Ferreira-da-Costa.pdf>. Acesso em 7 maio 2015.